terça-feira, 2 de julho de 2019

Cotidiano - NO GRANDE LIVRO

Olá,

 Meditando estrada afora,
Perceberás com clareza
Que a vida fulge ensinando
 No livro da Natureza.

 Por sugestão de fé viva
Ante a aflição que te invade,
Recorda a força tranquila
 Do ninho na tempestade.


Estendendo amparo a todos
 No culto da Lei Divina,
A árvore não devora
 Os frutos que dissemina.

 Repara o incêndio no campo
Que a tudo atinge e consome...
A ambição é como fogo
Que morre de gula e fome.

Não censures nem condenes.
Melhora a feição da estrada.
 O pão alvo nasce puro
Da lama regenerada.

Resguarda-te a paciência
Se a dor te parece um mal.
Contempla a rosa florindo
Na ponta do espinheiral.

Evita a lamentação.
A mágoa que chega e fica
Traz a queixa que parece
A praga da tiririca.

Por lição de lealdade
A rota em que persevera,
A andorinha brilha sempre
Nas luzes da primavera.

 Mostrando que o bem é gloria
Na mais humilde expressão,
O esgoto na moradia
 É a caridade no chão.

Toda pessoa ociosa
Cuja vida é sombra e nada
Tem o perigo iminente
Do poço de água parada.

Serve a Deus em teu lugar.
Pouco faz quem muito ousa.
A galinha mito andeja
Tenta o bote da raposa.

 Há quem traga insulto à fonte,
Mas a fonte segue e vence-o,
 Por receber todo insulto
Em melodia ou silencio.

Escutando a alma das coisas,
 No dever de cada dia,
 Entenderás pouco a pouco,
A Eterna Sabedoria.

Casimiro Cunha/Francisco C. Xavier                  " Através do Tempo"

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