Olá,
A POLÊMICA ENTRE
MACONHA X CIGARRO
Já está virando dito popular, a famosa frase:
"Maconha faz menos
mal do que o cigarro" .
A minha pretensão é metacomunicar sobre
esta afirmação, é estar refletindo sobre o que está atrás desta frase.
Se continuarem usando esta tática de minimizar os malefícios de
uma droga, comparando-a com outra pior, como por exemplo "o
cigarro faz menos mal do que o álcool", significa que estarão dizendo
por trás disto, o seguinte:
"fumem ou permaneçam fumando, porque
existe droga pior do que essa." E aí fica uma tremenda confusão na
minha cabeça.
O argumento do "menos mal" é ingênuo ou é malicioso?
O que ele
quer comunicar?
Será que sua fala poderia ser esta: "
---- Pessoal, o
bandido pior é o cigarro, vocês ouviram dizer o que ele provoca?
Agora, a "coitadinha" da perseguida maconha, é inocente. Quem a
persegue são preconceituosos, só porque ela é ilegal, ficam nessa
hipocrisia."
O desabafo acima não é mentiroso, é uma falsa verdade (metade
mentira, metade verdade). Sabem por que?
Não podemos viver esta
hipocrisia das propagandas incentivadas pela mesma sociedade que
sofre os efeitos devastadores das drogas legais e condena
preconceituosamente as ilegais. Também não podemos viver
admitindo que a maconha é inocente.
Esta inocente,
comprovadamente prejudica a atenção e a memória;
é porta de
entrada para outras drogas;
pode provocar desastres automobilísticos;
geralmente está associada ao álcool;
traz danos aos pulmões, causa
bronquite, provoca distúrbios hormonais nas mulheres
e pode levar os
usuários à esquizofrenia e aprofundar as crises.
Agora, o pior desta realidade é presenciar a desinformação contida
na frase
"maconha faz menos mal do que o cigarro",
dentro das salas
de aulas através dos professores do ensino médio e superior!
Professor precisa adotar uma conduta ética antes de qualquer
conversa. Não tem o direito de passar batido neste assunto. Se pensa
assim, precisa explicar direito, mostrar os outros lados da questão,
aprofundar cientificamente o tema, se não vai dar tempo de
aprofundar, não jogue meias verdades. Isto é um descompromisso
com a sua profissão.
Depois da capa infeliz da "Isto É" (fevereiro deste ano) dizendo " A
OMS adverte: maconha é menos prejudicial do que o álcool e tabaco",
a "Super Interessante" do mês de abril mostra um outro lado: "Chega
de desinformação, novas verdades sobre a Maconha, uma droga
perigosa, sim."
Percebemos neste duelo da mídia, o mesmo duelo
entre os que defendem e os que não defendem o uso ou a
descriminalização da maconha.
Discutir a descriminalização é vital, ainda vamos viver este
processo de descriminalização e mais tarde de legalização, antes
porém, precisamos de condições mínimas de saúde e moradia
conquistadas e, principalmente, de uma educação de qualidade, com
professores bem preparados para trabalhar a prevenção em suas
vidas pessoais e profissionais.
Precisamos desmistificar a droga, sim, mas desmistificar não
significa minimizar, significa confrontar a verdade, sem contaminações
do meio cultural, no confronto das informações científicas (que estão
em processo, pesquisas sobre cigarro são mais antigas do que sobre
maconha) e nossas dificuldades internas, sempre na busca da
verdadeira ecologia humana e saúde afetiva.
Estamos a caminho do Terceiro Milênio, vivemos um novo
paradigma que é o despertar da consciência holística. A abordagem
holística propõe uma visão não fragmentada da realidade, estabelece
pontes sobre todas as fronteiras do conhecimento humano, resgatando
o amor essencial em cada um, a paz interior e uma verdadeira
ecologia interna das pessoas, através de um profunda conscientização
do significado da dimensão espiritual no esquema do universo.
Nesta
perspectiva futura a discussão sobre quem faz menos mal não tem
nenhum propósito.
Nesta etapa viveremos a descriminalização e a
legalização de drogas sem grandes prejuízos para a humanidade.
Enquanto isso, vamos continuar metacomunicando sobre nossas
escolhas, posicionamentos e ideais de vida.
Pensem nisso!
PREVENÇÃO
Livro:
A PREVENÇÃO DE DROGAS
À LUZ DA CIÊNCIA E DA DOUTRINA ESPÍRITA
REFLEXÕES PARA JOVENS E EDUCADORES
Rosa Maria Silvestre Santos
Pedagoga, psicopedagoga, psicodramatista, consultora de prevenção às drogas, co-dirigente do curso "Escolinha" de Pais.
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