domingo, 24 de novembro de 2013

1863, p. 74:

Olá,

“Dessa forma, se ninguém pode deter a marcha geral do Espiritismo, são as circunstâncias que lhe podem trazer entraves parciais, como uma pequena barragem que pode diminuir o curso de um rio sem o impedir de escoar. Dessa espécie são os passos inconsiderados de certos adeptos, mais zelosos que prudentes, que não calculam bem a importância de seus atos ou de suas palavras; por isso produzem sobre as pessoas ainda não iniciadas na Doutrina uma impressão desfavorável, bem mais própria a afastá-los que as diatribes dos adversários.


 O Espiritismo está, sem dúvida, muito difundido, mas o seria ainda mais se todos os adeptos tivessem sempre escutado os conselhos da prudência e soubessem se colocar em uma sábia reserva. É preciso, sem dúvida, ter em conta a intenção, mas é certo que mais de um tem justificado o provérbio: Mais vale um inimigo declarado do que um amigo desastrado.
O pior disto, é fornecer as armas aos adversários que habitualmente sabem explorar uma falta de jeito. Não seria pois excessivo recomendar aos espíritas para refletir maduramente antes de agir; em tal caso, manda a prudência o não referir-se à sua opinião pessoal.
Hoje, que de todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada é mais simples que se harmonizar antes de agir.
O verdadeiro Espírita, não tendo em vista senão o bem da coisa, sabe fazer abnegação do amor-próprio; crer em sua própria infalibilidade, recusar se render à opinião da maioria e persistir em um caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a postura de um verdadeiro espírita; isto seria fazer prova de orgulho se não for de fato uma obsessão.”
Allan Kardec não pára de nos colocar em guarda contra as comunicações de certas categorias de Espíritos e nos recomenda a cada instante a sempre passar todos os seus ditados pelo cadinho da consciência e da razão.

 Allan Kardec

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