Olá,
Os programas culturais, recreativos e educacionais oferecem
alternativas sadias em substituição à sedução das drogas.
Os programas de consciência ecológica incentivam um estilo de vida
saudável, em contraposição à poluição ambiental, sonora, alimentar e à
procura excessiva de automedicação.
Os programas de educação afetiva visam a melhorar a
auto-estima, a
resistência à pressão do grupo, a ansiedade, a timidez, etc.
Todos os programas acima citados estão incluídos nos modelos de
"Educação Afetiva"; "Estilo de Vida Saudável"; "Pressão Positiva" e no de
"Oferecimento de Alternativas", segundo Carlini, Carlini-Cotrim e Silva-
Filho, 1990, cap.III, p.6-10.
Um projeto de prevenção na escola passa por três etapas,
envolvendo, respectivamente, os profissionais da escola, pais e alunos:
* Na primeira etapa, chamada "Escola", realizam-se estudos e
debates e treinamentos que envolvam o corpo técnico-administrativo
e o corpo docente para trabalharem o tema droga, não apenas
intelectualmente, mas com todas as implicações afetivas e sociais (o
que é atingido usando a metodologia psicodramática).
* A segunda etapa envolve "Pais", tem o objetivo de fortalecer mais o
contato com as famílias, promovendo encontros, reuniões onde se
possam trocar experiências, informações e orientações, procurando
evitar alarmismos ou minimizações das questões referentes às drogas
e priorizando trabalhar as dificuldades nas relações pais e filhos.
* A terceira etapa -"Alunos"- compreende diversas formas sutis de
abordar o assunto, desde o espaço de discussão aberta oferecido
pela Orientação Educacional, ao espaço interdisciplinar, planejado ou
não no currículo escolar, com professores das diferentes disciplinas,
atentos e sensíveis para captarem as necessidades do seu grupo de
alunos, para usarem formas criativas de trabalhar o seu conteúdo,
correlacionando-o, quando possível, com temas da vida prática como
adolescência, sexo e drogas.
Para planejar, executar e avaliar um projeto de drogas, algumas
técnicas, atitudes e atividades devem ser totalmente excluídas, como por
exemplo:
concentrar numa só aula ou encontro todas as informações;
pedir pesquisas aos alunos, sem conhecer o material a ser consultado;
oportunizar depoimentos de ex-drogados ou,
em última instância,
desenvolver trabalho isolado, isto é, um único profissional tentar uma
ação preventiva na escola.
O treinamento na abordagem psicodramática tem como objetivo
sensibilizar os profissionais da escola para que possam rever seus
posicionamentos e se sintam, afetiva e cognitivamente, preparados para
montarem, em conjunto, um projeto.
Faz-se mister encontrar a sintonia
indispensável com os interesses da população-alvo (jovens),
ultrapassando a ação do campo das idéias e do academicismo e
utilizando abordagens criativas e construtivas.
A capacitação e treinamento dos professores da escola, permitem dar
ao tema "droga" uma perspectiva mais realista e isenta de preconceitos,
a fim de que percebam que não existe "escola sem drogas".
A auto-estima dos alunos deve ser valorizada, o professor deve
adquirir segurança para abordar os problemas que surgirem, responder
aos questionamentos dos pais e alunos e melhorar o relacionamento
interpessoal.
A grande conquista desta forma "vivencial" de abordagem é que se
estimula um clima de confiança e ajuda mútua, e o jovem tem a
consciência de que cabe a ele a total responsabilidade por suas opções.
A prevenção às drogas na escola não é um bicho de sete cabeças e
deixa de correr o risco de ser um incentivador ao uso, desde que, a
equipe escolar se reúna, prepare e construa um projeto de prevenção
exequível, compatível com sua proposta pedagógica, introduzindo
atividades construtivas, que valorizem o aluno, estimulem a autonomia,
encorajem-no a fazer um exame crítico de suas escolhas.
Livro:
A PREVENÇÃO DE DROGAS
À LUZ DA CIÊNCIA E DA DOUTRINA ESPÍRITA
REFLEXÕES PARA JOVENS E EDUCADORES
Rosa Maria Silvestre Santos
Pedagoga, psicopedagoga, psicodramatista, consultora de prevenção às drogas, co-dirigente do curso "Escolinha" de Pais.
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