domingo, 7 de julho de 2013

R. E. 1865, p. 92:

Olá,

“O Espiritismo não está apenas na crença na manifestação dos Espíritos.
 O erro daqueles que o condenam é de crer que ele não consiste senão na produção de fenômenos estranhos, e isso porque, não se dando ao trabalho de estudá-lo, dele não vêem senão a superfície.
 Esses fenômenos não são estranhos senão para aqueles que não lhes conhecem as causas, mas qualquer um que os aprofunde, neles não vê senão os efeitos de uma lei,



de uma força da natureza que não se conhecia, e que, por isso mesmo, não são nem maravilhosos, nem sobrenaturais. Esses fenômenos, provando a existência dos Espíritos, que não são outros senão as almas daqueles que viveram, provam, por consequência, a existência da alma, sua sobrevivência aos corpos, a vida futura com todas as suas consequências morais.
 A fé no porvir, encontrando-se apoiada sobre as provas materiais, se torna inabalável, e triunfa da incredulidade. Eis porque, quando o Espiritismo se tiver tornado a crença de todos, não haverá mais nem incrédulos, nem materialistas, nem ateus.
Sua missão é de combater a incredulidade, a dúvida, a indiferença; não se dirige, pois, àqueles que têm uma fé, e a quem essa fé satisfaz, mas àqueles que não crêem em nada, ou que duvidam.
Ele não diz à pessoa para abandonar a sua religião; respeita todas as crenças quando elas são sinceras. A liberdade de consciência é a seus olhos um direito sagrado; Se não a respeitasse, falharia em seu primeiro princípio que é a caridade.
 Neutro em todos os cultos, ele será o lugar que os reunirá sob um mesmo pavilhão, aquele da fraternidade universal; um dia todos se estenderão as mãos, em lugar de se lançarem anátemas.
 Os fenômenos, longe de serem a parte essencial do Espiritismo, não são senão o acessório, um meio suscitado por Deus para vencer a incredulidade que invade a sociedade: essa parte está, sobretudo na aplicação de seus princípios morais.
É aí que se reconhecem os espíritas sinceros. Os exemplos de reforma moral, provocados pelo Espiritismo, são já bastante numerosos para que se possa julgar os resultados que produzirá com o tempo.
É preciso que sua potência moralizadora seja bem grande para triunfar dos hábitos inveterados pela idade, e da leviandade da juventude.
 O efeito moralizador do Espiritismo tem então por causa primeira o fenômeno das manifestações que têm trazido a fé; se esses fenômenos fossem uma ilusão, como o pretendem os incrédulos, seria preciso bendizer uma ilusão que dá ao homem a força de vencer seus maus pendores.”

Allan  Kardec

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