terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Adolescência - ADULTÉRIO E INDULGÊNCIA II

Olá,

7.4 — A falsidade moral dos acusadores

 Continuando o episódio evangélico, o apóstolo João, ainda sem compreender a excelsitude da indulgência, volta a perguntar:
“(...) ela pecou e fez jus à punição. Não está escrito que os homens pagarão, ceitil por ceitil, os seus próprios erros?
 O Mestre sorriu sem se perturbar e esclareceu

— Ninguém pode contestar que ela tenha pecado; quem estará  irrepreensível na face da Terra?
Há sacerdotes da lei, magistrados e filósofos que prostituíram suas almas por mais baixo preço; contudo, ainda não lhes vi os acusadores. A hipocrisia costuma campear impune, enquanto se atiram pedras ao sofrimento. João, o mundo está cheio de túmulos caiados. Deus, porém, é o Pai de Bondade Infinita que aguarda os filhos pródigos em sua casa”. (”Boa Nova” — Irmão X / F. C. Xavier —  LIÇÃO.13)
Jesus refere-se à hipocrisia, ou seja, à nossa falsidade moral, nosso fingimento sentimental, nossas aparências de virtudes, nosso rigor com as faltas alheias, sem registrarmos as próprias, as quais, pela nossa rigidez de sentimento, são maiores e mais graves.

7.5 — O apedrejamento moral

No mundo de hoje, não temos mais o apedrejamento das mulheres adúlteras em praça pública e o castigo até à morte, mas continuamos na intimidade de nosso relacionamento com a praça imensa e sombria da maledicência, o julgamento coletivo da crítica impiedosa, as pedradas ferinas da calúnia, o vozerio da condenação irredutível, o prazer de ver alguém em queda, para comentar seu comportamento infeliz, no banquete pantanoso das conversações maldosas, o abandono aos que caem pela afeição doentia, a morte moral no desalento e no desespero dos enganados no sentimento, sem um coração amigo que os reerga da fuma da angústia!
Há muitos crimes não registrados pela justiça humana, porque atingem a cidadela da alma, mas a Justiça Divina arquiva com detalhes, para julgamento imparcial, no futuro próximo ou distante.
 No diálogo de João e Jesus, vejamos o que o Divino Médico das Almas nos fala sobre os sofrimentos maiores da mulher adúltera:
“Poder-se-ia desejar para a pecadora humilde tormento maior do que aquele a que ela própria se condenou por tempo indeterminado?
Quantas vezes lhe tem faltado pão à boca faminta ou a manifestação de um carinho sincero à alma angustiada?
 Raras dores no mundo serão idênticas às agonias de suas noites silenciosas e tristes. Esse o seu doloroso inferno, sua aflitiva condenação.” (”Boa Nova” — Irmão X / F. C. Xavier —  LIÇÃO.13)
Todas as criaturas, em quedas no relacionamento afetivo, principalmente as do sexo feminino, esperam de nossa parte a indulgência. Que não sejamos, pois, juízes da conduta alheia, a fim de que realmente possamos ajudar, amparar e servir.
“A Indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras, apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.” (“O Evangelho segundo o Espiritismo” — Allan Kardec — CAP.10)
Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais  sofredora, mesmo nos tempos atuais. O autor de “Boa Nova” nos diz:
 “E o homem é sempre fraco e a mulher sempre sofredora!.  (”Boa Nova” — Irmão X / F. C. Xavier — FEB — 19ª Edição, 1992 - LIÇÃO.22)

 7.6 — Valor espiritual das mulheres mais desventuradas

Apesar de todas essas ingratidões, perseguições e crueldades, em todos os tempos, para com a mulher, o Divino Mestre Jesus confia e reconhece nelas, mesmo as mais desventuradas e infelizes nos caminhos das experiências humanas, o verdadeiro sustentáculo de regeneração da Humanidade, asseverando:
‘Por isso, as mulheres mais desventuradas ainda possuem no coração o gérmen divino, para redenção da humanidade inteira. Seu sentimento de ternura e humildade será, em todos os tempos, o grande roteiro para a iluminação do mundo (...).“ (”Boa Nova” — Irmão X / F. C. Xavier —  LIÇÃO.22)
No que concerne à prática do bem, da caridade e do auxílio aos sofredores, não podemos esquecer que usar a indulgência será sempre amar mais e melhor, para servirmos realmente com Jesus.

Sexo e Evolução   Walter Barcelos.

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