Olá,
“Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire a primeira pedra.” —
Jesus.
— (João, 8:7)
O adultério de que iremos tratar, se restringirá ao aspecto da violação da
confiança conjugal, da infidelidade matrimonial e da viciação do instinto sexual,
tanto por parte do homem como da mulher, abstendo-nos de considerar o
aspecto jurídico.
7.1 — A mulher adúltera e a lei mosaica.
A mulher, em todas as épocas da Humanidade, foi sempre submetida ao
poder, à tirania, à deslealdade e à escravização pelo homem. Em caso de
adultério, ela sempre ficou com a parte mais difícil e incompreendida de todos.
Ao tempo de Jesus, a mulher, quando vista em adultério, era severamente
castigada, geralmente com a morte, obedecendo aos princípios rígidos da
religião judaica; ao passo que o homem, seu companheiro de comunhão sexual
sem responsabilidade, não era considerado culpado, mas, sim, vítima de suas
atrações perigosas.
A rigidez da lei mosaica com a mulher adúltera era bem a manifestação da
dureza de coração das criaturas humanas da época.
7.2 — Conhecimento das próprias fraquezas.
Interferindo no processo cruel da praça pública, em defesa da mulher
desprotegida e desesperada que lhe solicitara apoio e salvação, Jesus não levantou
os braços, não gritou, não usou a força física e nem manipulou um
grupo de comandados para usar a violência contra a turba enlouquecida, mas
simplesmente enviou uma mensagem de luz, para que as mentes masculinas
compreendessem as próprias deficiências e fraquezas morais.
Usando
somente sua autoridade moral, fez uma indagação amorosa que penetrou
profundamente na consciência de cada um, estimulando-os a efetuarem uma
auto-análise de sua conduta na qual descobriram falsidades, deserções e
negações, compenetrando-se de suas próprias deficiências.
A mulher adúltera naquele momento simbolizava a Humanidade inteira.
Jesus nos concitava a pensar em nossas próprias imperfeições, fraquezas e
faltas, principalmente quanto à nossa sexualidade.
O Espírito Emmanuel nos
aclara o raciocínio:
‘Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta
— Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da
Terra, não nos achamos incluídos — que decerto Jesus,
personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a
inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros
em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a
primeira pedra.” (“Vida e Sexo” — Emmanuel / F. C. Xavier — LIÇÃO.22)
Após os homens se retirarem, um a um, em silêncio, Jesus transmitiu à
infeliz criatura uma mensagem de amor, esperança e fé para o seu coração
torturado e ela deixou a praça, experimentando uma sensação nova no
Espírito.
7.3 — Compaixão para com as criaturas em quedas do sentimento
O apóstolo João, ainda convivendo com as leis inflexíveis do Judaísmo e
incapaz de compreender de imediato as palavras do Mestre, perguntou-lhe:
“Por que não condenaste a meretriz de vida infame?”
Vejamos o que o Mestre respondeu, segundo o Espírito Humberto de
Campos:
“Jesus fixou no discípulo o olhar calmo e bondoso e redarguiu:
—
Quais as razões que aduzes em favor dessa condenação? Sabes o
motivo por que essa pobre mulher se prostituiu? Terás sofrido alguma
vez a dureza das vicissitudes que ela atravessou em sua vida?
Ignoras o vulto das necessidades e das tentações que a fizeram
sucumbir a meio do caminho. Não sabes quantas vezes tem sido ela
objeto do escárnio dos pais, dos filhos e dos irmãos das mulheres
mais felizes. Não seria justo agravar-lhe os padecimentos infernais da
consciência pesarosa e sem rumo.” (”Boa Nova” — Irmão X / F. C. Xavier — LIÇÃO 13.
Para viver e servir com Jesus, é indispensável compreendamos as lutas e
dificuldades morais e espirituais do próximo, a fim de não usarmos o estilete da
crítica e nem as pedradas da condenação.
O Mestre do Amor Maior nos convida a amar, iluminar, servir, educar e
salvar almas e não relacionar os defeitos do próximo, os quais, em realidade,
são ainda de todos nós, nas experiências da vida humana. Jesus nos fala,
através de Humberto de Campos:
“A Terra, portanto, pode ser tida como um grande hospital, onde o
pecado é a doença de todos; o Evangelho, no entanto, traz ao homem
enfermo o remédio eficaz (...).“ (”Boa Nova” — IrmãoX / F. C. Xavier — LIÇÃO 13
Quem fixa a atenção nas falhas alheias, para descrevê-las, ainda não está
apto para cooperar na grande obra de renovação com Jesus, pela reabilitação
do espírito humano.
Walter Barcelos Sexo e Evolução
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