domingo, 19 de janeiro de 2014

1864, p. 198

Olá,

“A oposição que se faz a uma idéia está sempre em razão de sua importância; se o Espiritismo tivesse sido uma utopia, dele não se teria ocupado mais do que de tantas outras teorias; a animosidade da luta é um índice certo que se o toma a sério.
Mas se há luta entre o Espiritismo e o clero, a história dirá quem têm sido os agressores.
Os ataques e as calúnias de que tem sido objeto o forçaram a devolver as armas que se lhe lançaram e mostrar o lado vulnerável de seus adversários.

Isto, importunando-os, detiveram sua marcha? Não, este é um fato aceito.
 Se os tivéssemos deixado quietos, o nome mesmo do clero não teria sido pronunciado, e talvez eles tivessem ganho.
Atacando-os em nome dos dogmas da Igreja, foram forçados a discutir o valor das objeções, e por isso mesmo a entrar num terreno que não tinham a intenção de abordar.
A missão do Espiritismo é de combater a incredulidade pela evidência dos fatos, de conduzir a Deus aqueles que o desconhecem, de provar o porvir àqueles que não crêem em nada; por que então a Igreja joga anátemas àqueles a quem ele dá essa fé, ainda mais quando não criam em nada?
Rejeitar aqueles que creem em Deus e em sua alma, é constrangê-los a procurar um refúgio fora da Igreja.
 Quem, primeiramente, proclamou que o Espiritismo era um nova religião, com seu culto e seus padres, senão os clérigos?
 Onde você vê, até o presente, o culto e os padres do Espiritismo?
Se algum dia se tornar uma religião, é o clero quem o terá provocado.”

 Allan Kardec

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