sábado, 10 de agosto de 2013

COTIDIANO - MISERICÓRDIA

Olá,

Não aguardes a queda espetacular do próximo, nos despenhadeiros do crime ou do sofrimento, para exercer o dom da misericórdia que o Senhor cultivou em nossa fé. Mais vale o amparo previdente na preservação do equilíbrio, que o remédio de efeito problemático no reajuste.
 Não desperdices teus minutos, na expectação inoperante, exclamando à frente dos problemas difíceis:
 -Amanhã farei alguma coisa.



 -Depois, tentarei realizar.
-Um dia chegará...
-Quando a oportunidade surgir...
 Ataca, hoje mesmo, o serviço da fraternidade, para que a compaixão não seja em teu espírito um ornamento inútil.
 Sê misericordioso para com os que te cercam.
 Inicia a obra de benemerência, em tua própria casa, distribuindo algumas palavras de incentivo com quem te comunga o cálice de luta.
 Ajuda aos mentores de teu caminho com algum sorriso de compreensão, restaura a coragem na alma da esposa, restabelece o bom ânimo do companheiro, auxilia os irmãos, usando a chave milagrosa do carinho, e não te esqueças do apoio que os corações juvenis reclamam de tua boa vontade e de tua experiência que o Cristo enriqueceu.
 Há mil meios de praticar a misericórdia a cada dia.
Não olvides o silêncio para a calúnia, a bondade para com todos, a gentileza incessante, a frase amiga que reconforta, a roupa que se fez inútil para o corpo, suscetível de ser aproveitada pelo irmão mais necessitado, o pão dividido, a prece em comum, a conversação edificante, o gesto espontâneo de solidariedade...
 Ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa aos semelhantes, e aquele que se compadece e ajuda cede ao próximo algo de si mesmo.
 Não te detenhas, portanto.
Não admitas que a incerteza ou o temor te imobilizem o passo.
 Vale-te das horas e auxilia sempre, sem ostentação de virtude, sem reclamação, sem alarde, e a vida entesourará as tuas migalhas de amor, delas formando a tua riqueza imperecível na bem-aventurança espiritual.

 EMMANUEL      Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco C. Xavier

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