A LUZ DO MUNDO
Mat. 5:14-16
13. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder
uma cidade situada sobre um monte;
14. e ninguém acende uma vela e a coloca debaixo
de um balde, mas no castiçal; e assim
ilumina a todos os que estão na casa.
15. De tal modo brilhe vossa luz diante dos homens,
que eles vejam vossas boas obras e
glorifiquem vosso Pai que está nos céus.
Luc. 11:33-36
33. Ninguém, depois de acender uma lâmpada a
coloca num subterrâneo, nem debaixo de
um balde, mas sobre o castiçal, a fim de que
os que entram vejam a luz.
34. A lâmpada do corpo é o olho. Quando o
olho é simples todo o teu corpo é luminoso;
mas quando for doente, todo o teu corpo
fica trevoso.
35. Vê, pois, se a luz que há em ti não sejam
trevas.
36. Pois se todo o teu corpo for luminoso, sem
ter parte alguma em trevas, será inteiramente
luminoso, como quando uma lâmpada
te iluminar com o seu fulgor.
A luz tem como finalidade, tanto quanto o sal, servir aos outros, e não a si mesma. Para que a luz produza
seu efeito, é mister que esteja colocada no alto, e não escondida debaixo de um balde. Assim
como não pode esconder-se uma cidade construída no cimo de um monte, assim a luz não pode deixar
de ser vista: deve ser utilizada para iluminar. Sem pretensão, sem orgulho, mas também sem falsa humildade,
deve iluminar naturalmente, por função própria.
E Jesus continua: assim brilhem vossas boas obras, de modo a serem vistas pelos homens embora
sem se fazer propaganda delas: recordemos que Jesus proibia que se falasse dele glorificando-o. O
único a ser louvado é o Pai celestial.
Em Lucas há um adendo: a luz do corpo são os olhos. Se estes forem simples (no sentido de limpos,
puros, ternos, ou seja, sem malícia) todo o corpo será luminoso. Se forem enfermos (maliciosos, maldosos)
a criatura ficará em trevas.
Quando, por exemplo, alguém vê duas criaturas amando-se e, com
simplicidade, sem malícia, admira o amor, tudo permanece em luz; mas se, nesse amor, quem olha
coloca malícia, o amor continuará a brilhar com pureza, mas a criatura que maldou será invadida pelas
trevas da malícia que só existe nela mesma, e não no ato de amor, que é sempre puro e divino, pois
sintoniza com Deus que é Amor.
O ensinamento profundo da Luz que somos, devendo com ela iluminar o mundo, alerta-nos quanto às
obrigações de nosso Espírito (individualidade).
Não se pede que saibamos, nem que falemos apenas, nem que façamos, mas que SEJAMOS. O que
importa é SER LUZ.
Para chegar a ser Luz, só há um meio: é mergulhar na Luz Cósmica do Cristo, que declarou categoricamente
"Eu sou a Luz do Mundo" (João, 8:12).
Mas aqui, também em tom solene, afirma: "vós sois a
Luz do mundo".
Donde verificamos, ainda uma vez, que Jesus não se apresenta como uma exceção da
humanidade, mas simplesmente como o modelo de todos nós. Desde que, como Ele, consigamos unificar-
nos com o Cristo Cósmico, com o Divino Logos, também seremos a Luz do mundo.
Afora isso, enquanto confundidos com o corpo físico, crendo que a personalidade é o verdadeiro eu,
só podemos ser trevas. Quando nos libertarmos dos entraves da personalidade, rejeitando-a, ficaremos
iluminados, porque veremos a luz, mergulharemos na luz, nos tornaremos LUZ.
Essa luz interna expande-se em círculos concêntricos atingindo a todos; e mesmo sem que algo se
diga, todos a percebem e a recebem.
Os primeiros a usufruí-la, - "todos os da casa são iluminados" -
são nossas células e nossos órgãos.
Pelos "olhos" é que a criatura se ilumina: comparação perfeita, já que os atingidos pela cegueira física
permanecem nas trevas. Entretanto, há um matiz mais profundo: é pelos olhos intelectuais (e Jesus
usa o singular: "pelo olho") que penetra na criatura a Luz da Mente que nos ilumina.
E aqui talvez se pudesse vislumbrar uma referência ao "olho de Siva", (glândulas pituitária e pineal),
que constituem o olho que nos possibilita a visão espiritual.
A ignorância são as trevas que envolvem o "espírito" (personalidade) levando-o ao erro à maldade.
Por isso, quando os "olhos" intelectuais são enfermos (ou fracos), todo o ser permanece em trevas.
Mas quando os "olhos" intelectuais são simples (sem a malícia da vaidade que obumbra, do orgulho
que incha, da dúvida que vacila) tudo é visto com clareza e precisão.
Cada criatura humana, portanto, que se unifica ao Cristo, é a LUZ DO MUNDO, que ilumina por si
mesma, refletindo a Luz do Cristo Cósmico que nela habita, e que consegue expandir-se através do
cristal purificado de uma personalidade que se anulou a si mesma, para que apenas o Cristo vivesse
nela.
Canais limpos de todo apego, espelhos tersos de qualquer jaça, tornar-nos-emos transparentes,
e ninguém mais verá em nós a personalidade, mas encontrará o Cristo Eterno falando por nossa boca,
agindo por nossas mãos, iluminando a todos com o nosso amor que é o amor Dele a expandir-se por
nosso intermédio.
Sabedoria do Evangelho - Carlos Torres Pastorino.
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