Olá,
Nossas promessas, nosso entusiasmo, nossa responsabilidade...
Por que esquecemos tudo isso quando mergulhamos na carne?
DE RETORNO AO CAMINHO
Emmanuel
Em plena vida espiritual, antes de tornar ao terrestre sorvedouro, contemplamos a paisagem
do mundo em que nos propomos realizar complicados serviços.
Lá se encontra o antigo lar que deixamos, velho ninho dourado pelo sol de nosso amor e
encharcado da lama de nossos escuros débitos.
E, disputando o regresso para a obra de regeneração que nos cabe efetuar, prometemos
sacrifícios mil.
É o coração amado que desejamos auxiliar no reajuste doloroso, hipotecando cooperação
e carinho para abreviar-lhe os sofrimentos...
É a conta que esperamos resgatar integralmente, lançando ao futuro os nossos votos de
abnegação.
É o inimigo multissecular que pretendemos converter em irmão, ao preço de nossa renuncia
suprema...
É a coleção de afetos e desafetos que insistimos em receber, metamorfoseados em filhos
de nossa ternura, para conduzir, montanha acima, à feição de flores e espinhos, jóias e
pedras sobre o próprio peito...
E, aqueles que se elegeram orientadores do nosso destino, endossam-nos o apelo...
Voltamos, com a veste carnal que escolhemos e conquistamos as situações e os recursos
de que nos supomos necessitados para a tarefa que nos elevará.
Mas, ai de nós!
Tão logo a matéria densa nos cobre parcialmente a visão, olvidamos, à pressa, os compromissos
assumidos.
E esquecemos promessas, entusiasmos e afirmações edificantes que constituíam a base
de nossos planos redentores.
Novamente na carne, deixamo-nos iludir pelas requisições do pretérito e , ao invés de
procurar o conselho do amor que tudo compreende e tudo ilumina, buscamos as falaciosas
opiniões do “eu” enfermiço do passado que teimamos retomar.
E o adversário continua adversário, a desarmonia prossegue desarmonia e a treva, sem
alteração, tudo ensombra, mergulhando-nos em desespero cruel.
Ó vós que guardais, por sublime depósito, as verdades do Além, auxiliai-nos a sustentar
o serviço do Amor! Redimamos o passado que sentimos vivo e atuante dentro de nós. Somente
o fogo do sacrifício conseguirá extinguir os remanescentes de nossos velhos erros e,
assim sendo, permaneçamos valorosos e leais à Divina Vontade, na cruz de nossas obrigações
santificantes, na abençoada certeza de que, além do monte empedrado e triste de nossos
aflitivos testemunhos, brilha, infindável e divina, a celeste alvorada de nossa eterna ressurreição.
Relicário de Luz.
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