Temos o hábito de tudo lamentar , sem buscarmos avaliar os benefícios do novo que nos chega.
1) Sobre o que você lamenta mas não toma nenhumaatitude concreta para mudar a situação?
2) O que é motivo de lamentação na sua vida?
3) O que você pode fazer hoje para melhorar o motivo da sua lamentação?
As perguntas são baseadas no jogo "Prazer de Viver" de Bianca Molica e Walter Oliveira
Perda
São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser
humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida.
“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.” (resposta à questão 728 do Livro dos Espíritos: É lei da Natureza a destruição?) Nascer e morrer fazem parte de um fenômeno comum e necessário.
Tudo nasce, tudo se desenvolve, mas tudo se definha. Sempre há um tempo de partir. A morte na Terra é o término de uma existência física, é a passagem do ser infinito para uma nova forma existencial. Ela é um interlúdio, ou seja, um intervalo entre as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem se estabeleçam nas almas, ao longo da eternidade. Morrer não é uma perda fatal, não é um mal, é um essencial processo de harmonização da Natureza. Durante quanto tempo lamentaremos o passamento de um ser amado?
Dependerá de como estamos preparados para isso, de que modo ocorreu a morte, de como era a nossa história pessoal com ele. No entanto, a perda de um ente querido é universalmente causa de tristezas e de lágrimas, em qualquer rincão do Planeta, mas a forma como demonstramos esses nossos sentimentos e emoções está intimamente moldada ao nosso grau evolutivo. O conjunto de conhecimentos adquiridos, ou seja, o acervo cultural, espiritual e intelectual que possuímos, é de fundamental importância em nossa maneira de expressar essa perda. Por isso, devemos entender e respeitar as múltiplas reações emocionais manifestadas no luto, pois acontecem de conformidade com as estruturas psicossociais que caracterizam cada indivíduo, levando sempre em conta suas diferentes nacionalidades, crenças e costumes peculiares.
A dor da perda, contudo, está radicada na incompreensão a seu respeito ou na apreensão que a precede e a acompanha. Eliminando-se esses fatores, os indivíduos verão a morte como um momento de renovação inerente à Natureza. Inquestionavelmente, é um período que antecede o reencontro dos atuais e dos antigos amores. São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida. Os pesares e os murmúrios fazem parte da sequência de fatos interiores, que são provimentos mentais gradativos e difíceis, através dos quais as criaturas passam a aceitar lentamente a ausência – mesmo convictas de sua temporalidade – das pessoas que partiram.
Uma das mais importantes funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma nova etapa vivencial. É importante identificarmos nossa tristeza e sua função de momento; jamais devemos, no entanto, identificar-nos com ela em si. “Não, não é verdade! Não pode estar acontecendo!”, “Isso deve ser um horrível pesadelo que vai acabar!” são expressões comumente usadas como negação. São reações costumeiras diante de perdas desesperadoras. A recusa em admitir os fatos e as circunstâncias que os determinaram é uma forma de defesa habitual nas situações devastadoras com nossos entes queridos. É necessária a bênção do tempo para que a alma elabore novamente um ajustamento mental e reúna forças para compreender a privação e a real extensão promovida pela dor.
Alguns choram em voz alta; outros, porém, ficam sentados em silêncio. O isolamento transitório pode ser considerado também como uma outra forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos. A atenção destes se fixa unicamente no falecimento da pessoa querida, não se permitindo fazer contato com outras pessoas, a fim de que o sentimento de tristeza não aperte ainda mais seu coração, ou para evitar que sejam evocadas com maior intensidade as lembranças queridas. Dessa forma, a criatura abranda o impacto da perda, fazendo um retraimento introspectivo. “O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó, 1:21).
Com toda certeza, essa mensagem do Antigo Testamento incita-nos a uma aceitação incondicional dos desígnios da Assistência Divina. O Criador da Vida fez com que a Natureza se mantivesse num eterno reciclar de experiências e energias, numa constante mudança de formas e ritmos, em nossa viagem maravilhosa de conhecimentos através da imortalidade. Quando nossa visão se liga em nossa pura essência, vamos além de todas as coisas diminutas e insignificantes, fazendo com que nosso discernimento se amplie numa imensa lucidez diante de nossa jornada evolutiva. Não existe perda, não existe morte, assim garantiram os Espíritos Amigos a Kardec: “... o que chamais destruição não passa de uma transformação...”
Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto – “As dores da alma” – pg. 163
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