Olá,
" A cocaína é uma substância extraída da planta da coca (eythroxylon
coca), nativa dos Andes. Entre os povos andinos, o hábito de mascar
folhas de coca faz parte de uma tradição antiga.
A cocaína apresenta-se sob a forma de um pó branco, muitas vezes
misturado com outras substâncias. Pode ser aspirada (via nasal) ou
diluída em água e injetada na veia (via intravenosa) popularizada como
"pico" e fumada sob a forma de crack ou merla (via pulmonar).
Os efeitos iniciais da cocaína são sensação de euforia, bem-estar,
alta produtividade, pois os usuários não sentem sono, fome ou fadiga.
Ocorre um prejuízo na capacidade de avaliação e julgamento da
realidade. Com o aumento da dose e um uso continuado (consumo
crônico), podem ocorrer reações de pânico, sensações de perseguições,
alucinações.
Com o comprometimento do SNC, pode haver alterações
das percepções das cores, ruptura com a realidade (psicoses) ou
manifestações de paranóides agudas.
Doses mais altas (no caso de intoxicação aguda) provocam confusão
mental, discurso incoerente e comportamentos estranhos.
Podem
ocorrer, também, infarto no miocárdio (independente de problemas
cardíacos prévios), arritmias, sangramentos cerebrais (diante de más
formações vasculares existentes e desconhecidas pelo usuário), bem
como convulsões generalizadas que levam à morte por parada
respiratória.
As conseqüências dependem da forma de uso:
* Com o uso nasal, surgem a perda da sensibilidade olfativa, rinite
crônica, sinusite, necrose, perfuração do septo nasal, periodontite com
queda dos dentes.
* Com o uso endovenoso, ocorrem dois tipos de complicações: não
infecciosas e infecciosas. As não infecciosas são provenientes de
impurezas que acompanham o pó da cocaína. Na injeção podem
surgir reações alérgicas que vão de uma irritação local até uma flebite.
As complicações infecciosas são as causadas pelo uso comum no
preparo e aplicação de injeção, com agulhas, seringas, potes e
colheres contaminadas. Entre as doenças mais comuns temos:
hepatite, doença de Chagas, sífilis, septicemias e AIDS.
* Com o uso pulmonar, através do crack e da merla, aparecem
complicações pulmonares graves, ataques cardíacos, derrame
cerebral, problemas respiratórios, tosses, expectoração de mucos
negros, queima dos lábios, língua e garganta, emagrecimento rápido e
desnutrição profunda.
O Ministério da Saúde (Folha de São Paulo, 22/12/94) conclui que as
drogas injetáveis são a principal causa de transmissão de AIDS entre
jovens brasileiros. O usuário de drogas serve como pólo contaminador do
grupo de heterossexuais jovens através do contato sexual, repercutindo
na contaminação da população infantil, através das mães infectadas.
O
número de infectados por ano cresceu 18 vezes de 1986 para 1994 entre
os jovens de 13 a 19 anos.
Quando o vírus da AIDS (HIV) se aloja no organismo, a pessoa pode
ou não ficar doente, mas, estando infectado, torna-se transmissora do
vírus, seja por via sangüínea ou via sexual.
O aparecimento dos
sintomas pode demorar até 15 anos depois da infecção. Geralmente os
primeiros sintomas são gânglios aumentados, febres, freqüência de
infecções, aumento do fígado e baço, entre outros."
Livro:
A PREVENÇÃO DE DROGAS
À LUZ DA CIÊNCIA E DA DOUTRINA ESPÍRITA
REFLEXÕES PARA JOVENS E EDUCADORES
Rosa Maria Silvestre Santos
Pedagoga, psicopedagoga, psicodramatista, consultora de prevenção às drogas, co-dirigente do curso "Escolinha" de Pais.
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