![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvf1am8auwzA8j96Gqaj96ZpCLPrTVVc0-C_1W_fOWUd27hY63Ay9Sa7mOgnr5LkDjYKx-4cqXT01l6PVmUiS0CfAjwzaMekcoOMQqsrFE7-pAS_lANK1Y6DHAeYT9t0ySLQ9WeHM-b1c/s320/pordosol.jpg)
Anthero do Quental
Quando desci chorando, desatento,
A garganta cruel da sepultura,
Cria abraçar, na morte, a noite escura
Que me desse consolo e esquecimento.
Ai de mim, relegado ao desalento,
Preso à triste ilusão que não perdura!...
Desvairado encontrei, nessa aventura,
O remorso medonho e famulento...
Aterrado, gritei: - “Monstro recua!”
E o monstro, em gargalhada horrenda e nua,
Bradou: - “Eu sou agora o irmão que levas...”
E, misto de morcego, gralha e aborto.
Atirou-me a sinistro desconforto,
Mergulhando comigo em densas trevas
Relicário de Luz.
Deixe seu comentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário